Integrante da Osesp desde: por volta de agosto de 1987.
Obra favorita: não tem preferência por nenhuma obra em especial, seu gosto amplo estende-se de J. S. Bach, W. A. Mozart, L. V. Beethoven e Richard Strauss a Pixinguinha, Zimbo Trio, Chick Corea, Benny Goodman e Paulo Moura.
Natural de São Bernardo do Campo, em São Paulo, o clarinetista Sergio Burgani aproximou-se de seu instrumento pela primeira vez na Banda Municipal Infanto-Juvenil Rudge Ramos, em sua cidade natal. Em 1975, entrou para a Escola Municipal de Música de São Paulo (EMMSP), onde teve aulas com Rafael Galhardo Caro. Três anos mais tarde, ingressou como clarinetista da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, permanecendo ali até 1987. Em abril de 1986, fez aulas de aperfeiçoamento no Festival de Páscoa de Annecy, no Centre Musical International d'Annecy (C.M.I.A), com Guy Deplus, na França. Em 1990, estudou com Francesco Belli, no Festival de Verão de Anzio, na Itália, como prêmio do Concurso Jovens Solistas de Poços de Caldas. Bacharel em música pela Faculdade de Música Carlos Gomes, de São Paulo, frequentou a turma de José Máximo Ribeiro Sanches. Em 2017, concluiu o mestrado profissional em música pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde, sob orientação de Joel Barbosa, pesquisou o uso de uma madeira brasileira, a aroeira-do-sertão, na construção de clarinetas — é feito dessa madeira o instrumento que, desde 2011, tem utilizado nos concertos e gravações da Osesp.
Foi premiado no Concurso Jovens Solistas de Piracicaba, em 1979, no Concurso Nacional Jovens Intérpretes da Música Brasileira, em 1984 e em 1985, no Sul América — Jovens Concertistas Brasileiros, também em 1984 e em 1985, e no 1º Concurso Jovens Solistas EPTV-MG, em 1989. Ativo camerista, integra o grupo de clarinetistas Sujeito a Guincho, vencedor do Prêmio Eldorado de Música de 1995 e do Prêmio Sharp (atual Prêmio da Música Brasileira) de 1996. Com eles, lançou os CDs Sujeito a Guincho: VIII Prêmio Eldorado de Música (Eldorado, 1996) e Die Klarinetmaschine (YBrazil Music, 1999). Integra ainda o Percorso Ensemble, conjunto voltado para o repertório de concerto dos séculos XX e XXI, com o qual lançou o CD Berio+ (Selo SESC SP, 2007) e Música Plural (Selo Petrobras, 2008). Gravou o CD Contraluz (Selo SESC, 2012), do compositor Marcus Siqueira. Também como camerista, fez o registro inédito da Valsa Choro e do Preludiando para o álbum Lina Pires de Campos: Universo Sonoro (Regia Musica, 1998), na companhia da pianista Maria José Carrasqueira, e gravou, com o Quarteto de Brasília, a obra_ Introdução e Allegro M. 46_, septeto para harpa, flauta, clarineta e quarteto de cordas de Mauricie Ravel, no álbum Quarteto de Brasília - Vol. 3 Série Régia Música (Selo COMEP, 1992).
Como solista, esteve à frente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) tocando o Concertino para clarinete e orquestra de C.M. von Weber (1984 e 1985); da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, também com a obra de von Weber; da Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP), com Concerto para Clarinete e Orquestra de AAron Copland (1988), o Concerto para clarinete e orquestra, KV622, de Mozart (1993), e o Dueto Concertino para clarinete e fagote de R. Strauss (1994). Em 2000, estreou o Concerto para Clarineta e Orquestra de Jean Françaix com a Osesp e, em 2008, foi o solista do Choro para Clarinete e Orquestra de Camargo Guarnieri durante a segunda turnê do grupo pelo Brasil.
Antes de entrar para a Osesp, foi clarinetista da Orquestra Sinfônica Jovem Municipal de São Paulo, de 1975 a 1977, da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, de 1978 a 1987, e da Orquestra Brasil Jazz Sinfônica, de 1993 a 1997. Professor do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) desde 1992, leciona na Faculdade Cantareira e na Academia de Música da Osesp.
Já vivenciou diversos momentos marcantes com a Osesp, como a estreia do concerto de Jean Françaix, que foi também sua estreia como solista à frente da Orquestra, e a comemoração de seus 30 anos como integrante da Osesp, em 2017, ocasião em que solou o Concerto para Clarineta e Orquestra de Cordas em Dó Menor Op. 31, de Gerald Finzi. Também guarda com emoção a memória do concerto de inauguração da Sala São Paulo, em 9 de julho 1999, quando, sob a batuta de John Neschling, apresentaram a Sinfonia nº 2 — Ressurreição, de Gustav Mahler.
Sergio é apaixonado pelo funcionamento acústico dos instrumentos musicais e, desde criança, sempre buscou fazer a manutenção técnica de seus instrumentos. No início, desmontava-os e remontava-os inúmeras vezes, até aprender bem como se encaixavam. É também praticante de tai chi chuan e tênis de mesa, e durante a pandemia passou a se dedicar ao estudo da arte do bonsai.