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Clarissa Cabral

Integrante da Osesp desde: 15 de março de 2007.

Natural de Santos, em São Paulo, a mezzo soprano Clarissa Cabral deu início a seus estudos artísticos e musicais na Escola Municipal de Iniciação Artística, em São Paulo, aos cinco anos de idade. Em 1994, ingressou na Escola Municipal de Música de São Paulo (EMMSP), onde estudou piano com Sonia Albano, flauta transversal com Wilson Rezende e cravo com Terezinha Saghaard. Ali, leciona teoria musical e solfejo desde 2017. É bacharel em piano pela Departamento de Música da Universidade de São Paulo (USP), onde, entre 2001 e 2006, frequentou a classe de Amilcar Zani Netto. Nessa mesma instituição, obteve o mestrado em música, em 2011, com a dissertação Os Lieder de Clara Schumann. O trabalho de pesquisa levou à publicação de um capítulo no livro Da Ópera ao Lied: Uma Evocação à Palavra Cantada (Editora Vieira/UFG, 2013), organizado por Sonia Albano e Sonia Ray, e à gravação do CD Clara Schumann: Lieder e Piano Solo (Audições Especiais, 2012), em parceria com a pianista Eliana Monteiro da Silva, com quem mantém o Duo Ouvir Estrelas, dedicado à pesquisa, registro e difusão da obra de mulheres compositoras de lugares e períodos diversos.

Sob supervisão de Marcos Thadeu, passou a se dedicar ao trabalho de técnica vocal em 2003. Em 2006 integrou o Coral Jovem do Estado de São Paulo e, em 2007, uniu-se ao grupo de música sacra Audi Cœlum, onde trabalhou sob a direção de Roberto Rodrigues. Com a Camerata Fukuda, solou a Missa Brevis BWV 234 em Lá Maior, de J. S. Bach, e foi solista junto à Camerata Antiqua de Curitiba no Oratório de Natal Op. 12, de Camille Saint-Saëns, e na Missa Diligite, de Camargo Guarnieri, obra que solaria novamente em 2021 com a Orquestra Acadêmica da Osesp. Com a Orquestra Sinfônica da USP (OSUSP), sob a regência de Ricardo Bologna, solou a Sinfonia nº 9 em Ré Menor Op. 125, de L. V. Beethoven, e desempenhou papel solista com a Osesp em Pie Jesu, de Lili Boulanger, sob a batuta de Yan Pascal Tortelier, e em Laboravi Clamans, de J.-P. Rameau, Litanies de la Vierge e Te Deum em Ré Maior H. 146, de M.A. Charpentier, sob a regência de Naomi Munakata. Ainda com a Osesp, cantou papéis de destaque em Così Fan Tutte K. 588, de W. A. Mozart, e em Pequenos Funerais Cantantes ao Poeta Carlos Maria de Araújo, de Almeida Prado.

Participou como cravista da Oficina de Música de Curitiba e, em 2005, foi cravista, pianista e professora convidada do 28º Festival de Música de Prados. Fez masterclasses com músicos de grande destaque, como o tenor inglês Ian Storey, a soprano estado-unidense Heidi Grant Murphy, o violoncelista teuto-brasileiro Peter Dauelsberg, o cravista brasileiro e professor do Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris, Nicolau de Figueiredo, e o maestro e flautista Ricardo Kanji.

Participou da coleção de quatro CDs Toda Semana: Música e Literatura na Semana de Arte Moderna (Selo SESC SP, 2022) e de todos os CDs do Coro da Osesp gravados desde sua chegada, como o álbum Canções do Brasil (Biscoito Fino, 2010). Dos muitos momentos marcantes junto ao grupo, tem viva na memória a apresentação da Missa em Si Menor BWV 232, de Bach, com regência de Claus Peter Flor, que ocorreu logo depois de sua chegada à Osesp. Durante a pandemia, lançou um novo projeto ao produzir vídeos caseiros em que, ao mesmo tempo, canta e toca uma seleção de canções alemãs. Tem intenção de ampliar o repertório, apresentá-lo em público e gravá-lo profissionalmente.

Nascida em 1983 e única mulher entre os três irmãos, Clarissa deve seu nome à personagem principal do livro que sua mãe leu quando estava grávida dela, Música ao Longe, de Érico Veríssimo. Como que um sinal, no livro, a personagem também toca piano.