Integrante da Osesp desde: sua reestruturação, em 1997, quando estreou em concerto regido por John Neschling, no qual se ouviu a Sinfonia nº 4 em Lá Maior Op. 90 — Italiana, de Felix Mendelssohn.
Obra favorita: A Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky, e o álbum A Love Supreme, de John Coltrane.
Natural de Osasco, em São Paulo, o fagotista Alexandre Silvério iniciou seus estudos de fagote na Escola Municipal de Música de São Paulo (EMMSP), com Gustav Busch, em 1990. De 1993 a 1996, fez aulas particulares com Francisco Formiga e, em 1994, passou a estudar jazz e improvisação com o multi-instrumentista Roberto Sion e com o compositor e arranjador Hudson Nogueira. De 1999 a 2002, foi aluno do grande fagotista alemão Klaus Thunemann, na Escola Superior de Música Hanns Eisler de Berlim, na Alemanha. Bolsista da Fundação Vitae, graduou-se ali com nota máxima. De 2002 a 2003 e novamente como bolsista da Fundação Vitae, participou da Academia Karajan da Filarmônica de Berlim, onde teve aulas com Markus Weidmann e Stefan Schweigert, ambos membros daquela orquestra, e trabalhou com regentes como Simon Rattle, Pierre Boulez e Seiji Ozawa.
De 1993 a 1996, venceu anualmente o Concurso Jovens Solistas da Orquestra Experimental de Repertório, com o Concerto para Dois Fagotes e Orquestra em Fá Maior, de Johann Baptist Wanhal, o Concerto para Fagote em Si bemol Maior K.191, de W. A. Mozart, o Andante e Rondo Ongarese Op. 35 e o Concerto para Fagote e Orquestra em Fá Maior Op. 15, de Carl Maria von Weber. Com o Concerto Op. 15, se apresentou com a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo e conquistou o Concurso Jovens Solistas da Osesp de 1996. O Andante e Rondo Ongarese Op. 35 solou novamente junto à GRU Sinfônica e à Orquestra Jovem de Guarulhos (OJMG). Solou ainda o Concertino para Fagote e Pequena Orquestra, de Francisco Mignone, com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) e com a Osesp, com quem também solou o Choro para Fagote e Orquestra de Câmara, de Camargo Guarnieri, colaboração registrada no álbum Camargo Guarnieri: Choros I; Seresta (NAXOS, 2020).
Tocou na Orquestra Experimental de Repertório (OER) e na Banda Sinfônica do Estado de São Paulo de 1993 a 1996. Em 2003, participou como bolsista do Festival Internacional de Santander, na Espanha. Atualmente, integra o Camaleon Bassoons, grupo formado pelos membros do naipe de fagotes da Osesp. Voltado para a interpretação de um repertório diverso, que inclui arranjos seus e do colega Romeu Rabelo, bem como obras especialmente compostas para o grupo por compositores como Roberto Sion e André Mehmari, o Camaleon Bassoons lançou o CD Movimento (Independente, 2021), com financiamento do ProAC. Encabeça ainda o Alexandre Silvério 4tet, um grupo jazzístico que explora um repertório amplo e arranjos inusitados, como o que fez de A Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky, para fagote e trio de jazz (piano, baixo e bateria), com muito espaço para improvisação e que deve ser gravado em 2024.
Sua discografia compreende os CDs Mágoas de Fagote (CD Baby, 2008), lançado com o nome de Alex Silvério, o Entre Mundos (Independente, 2015), do Alexandre Silvério Quinteto, e o álbum Alexandre Silvério: Live Concerts (Independente, 2018). Desempenhou papel da solista em álbuns da Osesp, como no CD Heitor Villa-Lobos: Bachianas Brasileiras nos 1, 4, 5 e 6 (BIS, 2007), sob a regência de Roberto Minczuk, assim como no Choro para Fagote e Orquestra, no álbum Guarnieri: Chôros, Vol 1 & Seresta (Naxos, 2019), sob regência de Isaac Karabtchevsky, e no Concertino para Fagote e Orquestra, de Francisco Mignone, sob regência de Giancarlo Guerrero, em álbum a ser lançado também pela Naxos.
É professor da Academia de Música da Osesp e, em 2016, criou a plataforma virtual de ensino de fagote chamada Bassoon Lesson Online, onde oferece gravações de vídeos e aulas remotas. Embora trabalhosa, a proposta permite que ele oriente alunos de diversos países, como África do Sul, Japão e Austrália. É autor do livro de estudos de jazz para fagotistas intitulado The Blues Scales: A Guide to Practice and Improvise for Bassoon (Independente, 2018).
Lembra-se com emoção especial do retorno à Osesp em julho de 2021, quando, após dois meses internado em um hospital por conta da Covid-19, foi recebido com grande comoção e ovacionado por toda a orquestra. Durante os momentos difíceis, não acreditava que conseguiria tocar novamente e lembra-se desse retorno como um momento milagroso, do qual jamais se esquecerá.
Fanático por pizza de 4 queijos, Alexandre se dedica ao kung fu e também é jogador de xadrez.